Over-tunes
Por alguns trocados, só coisas de qualidade!

Dê um tapa na peruca

Categoria: , , por Henrique Affonso de André - segunda-feira, julho 21, 2008
Nem me lembro a primeira vez que ouvi Hüsker Dü, nem quem me apresentou. Mas sei que foi em 1996 (quando o Ênio ainda se mijava nas calças e o Pierre era o geninho da classe no Objetivo), quando eu recebia um caminhão de informações e tinha pouco tempo pra digerir. Com certeza foi em alguma fita cassete, e ouvi no meu quarto. Me lembro o álbum: “Flip your Wig”, que na capinha estava escrito “Flip Your Wing”, com um esmero na arte que só aqueles que são da época das fitinhas sabem.
Até hoje escutando suas músicas eu me transporto àquela época. Magro como uma vassoura, camisa do Slayer, calça jeans rasgada, All Star de cano baixo, me achando o fodão. Fumava escondido de vez em quando, bebia quando tinha alguma coisa da classe ou quando matava aula e corria pra casa do Matioli, e tomava do barrilzinho do pai dele. Depois de uma sexta-série onde conheci, e uma sétima onde assumi um estilo, o Hüsker Dü provavelmente foi o que me desbitolou do metal/hardcore/crossover. Não era – na minha opinião da época – nem tão pesado e nem tão fraca como aquelas bandinhas “alternativas” chatas pra burro que nem lembro o nome, que pareciam todas trilha sonora do Beverly Hills 90210 (a.k.a Barrados no Baile).
Naquela época não internet só existia nas universidades, numa lerdeza inimaginável nos dias atuais. Comprava a Rock Brigade e lia Bizz dos amigos, e esse era a informação, além de uns fanzines e revistas velhas que passavam de mão em mão. Por um bom tempo acreditei que o Hüsker Dü era uma banda contemporânea. A primeira vez que li algo sobre a banda foi que um integrante do Anthrax - se não me engano o Charlie Benante - tinha um projeto paralelo que era um cover do Hüsker Dü chamado Dü Hüskers ou um álbum tributo (tem horas que me espanto com a capacidade de lembrar coisa inútil que tenho). Assisti também na mesma época este clipe que agora posto no programa do Fábio Massari na MTV.
Depois de muito tempo soube que a banda acabara em 1987, e que a fitinha que eu tinha era de 1985. Com internet fácil, Napster e o escambau, ficou fácil de saber. Mesmo assim, quando ouço ainda parece que não sei direito o que é, que estou sem barriga no meu quarto com um pôster do Santos Campeão Paulista de 1984 e outro do Black Sabbath na parede.
Quanto ao disco, ouça. Nada tenho a comentar além do fato dele ser fodido.




Download via RapidShare

 

0 comments so far.

Something to say?