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one night, two drinks

Categoria: , , , , , por Ênio Vital - sexta-feira, julho 11, 2008


Não sou muito de comentar baladas alternativas de São Paulo, falar da cena indie de lá é deprimente porém há raras excessões em toda regra. Uma dessas e que mereceu ser digna de nota foi o tal do GuiFest, aniversário do Guilherme Barrela que, um indie-mor da cena paulistana e não iremos nos extender nisso, promoveu um mini-festival indie bem bacana no studiosp.

Por motivos distintos, duas mulheres me quiseram me levar na festa. Eu até fiz um pouco de resistência de que só teria gente blasè, que as bandas seriam todas um porre e blablabla. Por fim, uma delas me falava que eu ia adorar a banda de post-rock mineira de BH enquanto a outra dizia que meu esqueleto não pararia de chacoalhar com uns tiozões cariocas.

Sempre achei Minas um celeiro de bandas que seguem uma fórmula X para fazer música e não para post-rock ou gente indie. E o Rio, então? Nem se fale! Tirando a anomalia subhumana chamada Los Hermanos, nada poderia sair de lá.

Pois bem, vivendo e aprendendo, perder o medinho e preconceito faz parte. As duas bandas foram boas em um festival que marcou uma miscelânia de sons. Seguindo pelo line-up, perdi o show do duo paulistano de música eletronica National, peguei o vibrante e último show do Mowgli! and the Robot Affair no Brasil, um adolescente que veio de intercâmbio para cá e resolveu fazer um projeto punk-folk colocando distorção em seu violão e tocando quatro acordes bem rápidos - segundo eu e minha bola de crystal de baixo do braço, tem tudo para botar o som no myspace e a gringaiada pirar.

Costantina começa a tocar, a tal banda post-rock mineira veio mostrar seus truqes para a platéia, começa a contemplação que em todo show desse gênero merece: "uh-uh" aqui a colá, batidas de palmas, essas coisas. Mas eu sou uma eterna mulher de malandro do hurtmold e, se forem para se intitularem post-rock, quero ver caídas abruptas na construção dos acordes sonoros, reviravoltas e metais o que... não aconteceu. Senti muita progressão no som deles e, quem me conhece pessoalmente, sabe que prog nunca me fez liberar seretoninas.

Entrou Contra-Fluxo, um sexteto de: quatro MC e dois dee-jays que erraram todas as viradas e batidas. Vou pular essa parte porque por mais que eu goste de hiphop, o som, o papo e a presença de palco deles ficaram muito aquém.

Pronto, última atração da noite.
Algumas passagens de som, uns tiozões com rosas desenhadas no escudo de suas guitarras e, definitivamente, os cariocas não sabem como ser indies por mais que tentam acabam sempre sendo pessoas engraçadas sem quererem ser engraçadas. Assim é a aparência de Do Amor. Nessa hora, eu já estava pronto para tudo. Tinha visto de tudo um pouco mesmo mas isso foi um ledo engano.

Quando esses malditos começaram a tocar, minhas pernas ficaram em estado calamitoso de movimento e chacolhamento. Como, naquele dia, tinha acordado seis da manhã, de ressaca, pegado 5 horas de viagem em ônibus não aguentei ficar de pé e dançar pois era bem provavel dançar uma lambada no dancefloor.
Eles fazem um som dançante à la calypso-indie-rock-sem-joelma e letras cômicas! O quarteto todo toca muito bem e cada um tem uma música para cantar, o que não faz com que haja um frontman ou algo do tipo. Pretendo poder resenhar um disco em breve deles para poder dizer mais e melhor. Por enquanto, eles tem um EP lançado que, no show, só tocaram uma música desde compacto.

Espero que, ano que vem, o nível não caía.

O mais legal disso tudo é que, no fim da noite em um buteco da augusta, uma mina anarco-punk deu uma bicuda no cú da outra mina que, puta merda!, nem eu conseguiria acertar com tanta precisão, força e técnica! Fiquei embasbacado!
 

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